Animais em extinção no Cerrado: quem ainda dá tempo de salvar?

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e o mais antigo da América do Sul, mas sua biodiversidade está ameaçada. Com o avanço do desmatamento, queimadas e expansão agrícola, muitas espécies estão em risco de extinção. Nesta matéria, conheça alguns dos animais mais emblemáticos que ainda podem ser salvos com ações de preservação — e como você pode ajudar.

🦔 1. Tatu-canastra (Priodontes maximus)

O maior tatu do mundo pode chegar a 1,5 metro de comprimento. Noturno e solitário, vive em áreas de Cerrado nativo e mata de galeria. É um grande escavador, essencial para o equilíbrio do solo e abrigo de outras espécies.

  • Ameaças: perda de habitat, atropelamentos e caça
  • Curiosidade: suas tocas podem ter mais de 5 metros de profundidade

🐺 2. Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Símbolo do Cerrado, o lobo-guará é uma espécie solitária, com pernas longas e dieta onívora (frutas, pequenos animais e insetos). Ajuda a dispersar sementes, como a da lobeira.

  • Ameaças: fragmentação do habitat, atropelamentos, doenças de animais domésticos
  • Preservação: o Instituto Pró-Carnívoros e ONGs locais monitoram e estudam populações silvestres

🐕 3. Cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus)

Esse canídeo raro vive em grupos e tem comportamento social cooperativo, sendo observado com mais frequência na Amazônia, mas também presente no Cerrado. É discreto e extremamente vulnerável à perda de habitat.

  • Ameaças: desmatamento e isolamento populacional
  • Curiosidade: se comunica por vocalizações agudas e anda em matilhas pequenas

🦜 4. Arara-canindé (Ara ararauna)

Apesar de mais comum na Amazônia, a arara-canindé também habita áreas do Cerrado, principalmente regiões de transição. Com sua plumagem azul e amarela vibrante, é alvo do tráfico de animais silvestres.

  • Ameaças: captura ilegal, perda de árvores para nidificação
  • Preservação: projetos de reintrodução e monitoramento por ONGs e reservas particulares

🐆 5. Onça-parda (Puma concolor)

Mais adaptável que a onça-pintada, a onça-parda vive em diferentes ambientes do Cerrado, inclusive áreas de cerrado rupestre e veredas. É predadora topo de cadeia, fundamental para o equilíbrio ecológico.

  • Ameaças: conflitos com humanos, caça retaliatória, perda de presas
  • Dica: presença rara, mas seus rastros podem ser observados em trilhas pouco movimentadas

🧭 Como ajudar na conservação das espécies ameaçadas?

  • Evite visitar locais que mantêm animais em cativeiro sem autorização legal
  • Não compre animais silvestres nem produtos derivados
  • Apoie instituições de pesquisa e conservação como o ICMBio e ONGs locais
  • Visite áreas protegidas e conheça projetos de turismo sustentável
  • Compartilhe conhecimento sobre o Cerrado e sua fauna com mais pessoas


Ainda dá tempo de salvar essas espécies, mas é urgente. O Cerrado perde milhões de hectares por ano e, com ele, vão embora animais únicos que só existem aqui. Proteger o Cerrado é proteger a diversidade, a ciência, a cultura e a vida. Cada escolha conta.


Equipe Trilhas do Planalto

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